Análise da música Maior Abandonado

Texto originalmente publicado no finado blog “Tu Visse?”, em 7 de janeiro de 2013

Karoline Albuquerque
2 min readApr 27, 2018

Antes de mais nada, eu quero deixar claro que estava com vergonha de postar esse texto aqui. Porém, eu havia prometido ele, e me disseram que vergonha é roubar. Depois de alguns incentivos. Eis a análise!

Photo by Malte Wingen on Unsplash

Hoje eu resolvi fazer uma análise da música Maior Abandonado, do Barão Vermelho. Fiquei com dó do cara. De verdade! Ouvia a música direto, mas só agora parei para desenrolar a letra. Antes de qualquer coisa, quero deixar claro aos chatos de plantão que não escrevi isso para depreciá-la ou algo do tipo.

Ele é um órfão perdido (“Eu tô perdido / sem pai nem mãe”) e está num lugar que não é o dele (“bem na porta da tua casa”). Primeiro: moço, você tem que procurar pais adotivos, e não um casamento. Casamento sim! Porque ele já vai pedindo a menina em casamento (“Eu tô pedindo / a tua mão”). Cara! Vai com calma! Além disso, ele abusado. Já quer também “um pouquinho do braço”.

Ele parece um cachorrinho (“Migalhas dormidas do teu pão / raspas e restos me interessam”). Sinceramente. Se eu tivesse um cachorro, ele ia ser tão chato, que nem isso ia querer, roubaria a minha comida. Também acho que o Eu-lírico é um polígrafo. Ele quer ilusão, “mentiras sinceras me interessam”.

Mas aí, ele começa a achar que a guria é guarda-costas. Só guarda-costas não! Guarda-costas e guia turística (“Eu tô pedindo / a tua mão / me leve para qualquer lado / Só um pouquinho / de proteção / Ao maior abandonado”).

Só que chega a parte em que ele começa a me assustar! O cara é maníaco. Ele topa ser usado por ela. (“Teu corpo com amor ou não”). E, como se não bastasse, ele praticamente disse que se os pais dela adotassem ele, ele não ia se importar com o incesto (“Raspas e restos me interessam / Me ame como a um irmão”).

E aí volta para a história do polígrafo. E a do cachorro. E a do segurança.

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