Senhorau do Latido

Uma história do começo de 2020

Karoline Albuquerque
2 min readSep 17, 2021

Eu não testemunhei. Quem viu tudo foi meu irmão e mainha. Tudo começa com uma informação básica: houve um esquecimento e duas das cadelas de vovô emprenharam quase que simultaneamente. Uma preta e uma amarela.

Chamadas carinhosamente de Pretinha e Galega. Foi a primeira gestação de Galega, mas a terceira de Pretinha, que inclusive é mãe de Galega. Já cansadinha, ela fica mais perto dos bebês dela. Galega não. Pariu antes e já tirou o resguardo. Deixa os meninos e vai caminhar.

Todo o meu talento de edição de imagens!

Porém, há uma terceira fêmea adulta. Por causa do causo, Jaiminho, meu irmão, a rebatizou de Nazaré Tedesco. Quando ouvi, achei que Nazaré havia derrubado alguém da escada. Mas é preciso lembrar que Nazinha tinha outros crimes. Então, me explicaram o que houve: Galega saiu e deixou os meninos sozinhos.

Durante a caminhada, Nazaré aproveitou o momento e foi ocupar a ninhada. Afeita aos meninos, lambeu, deu carinho. Assumiu a maternidade. Galega, a mãe biológica, doravante Maria do Carmo, voltou e viu a cena. As duas começaram a rosnar e meu tio conseguiu tirar Nazaré de lá.

Eis que passou. Mas Nazinha tem o instinto materno. Ela não ia desistir tão fácil do sonho de ser mãe. Meu primo, então, decidiu entrar no quartinho depósito de vovô. Lá, encontrou nossa vilã, com a carinha de anjo que ela tem (ela realmente é bem dengosinha), mas escondendo algo.

Foi quando meu primo viu: Lindalva! Agora, porém, chamada Maria Isabel. Nazaré estava tentando esconder um filhote para si, para chamar de “meu filho”. O plano, porém, logo foi desmantelado e bebê Lindalva (que ninguém observou se era menino ou menina) foi devolvida aos braços de sua mãe Maria do Carmo.

E a cachorra Nazinha segue em busca da adoção de um filhote para chamar de seu.

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Karoline Albuquerque
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Written by Karoline Albuquerque

Queria ser astronauta, mas sou jornalista.

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