Vovô Toinho no Multiverso da Saudade
Existem diferentes tipos de saudades e faltas que a gente sente. Uma delas é de coisas que não aconteceram. Gosto de imaginar que, em algum lugar do multiverso, existe uma versão minha que teve mais tempo com vovô Toinho.
Um lugar onde ele seguiu indo lá em casa para aprender a usar o computador, passando para tecnologias mais modernas. Em que ele viu o tão empolgante ano 2000, teve seu smartphone e usou para me ver fazer tudo que fiz.
Chegar onde ele disse que eu chegaria: longe. E que ficava feliz por mim. Na minha imaginação, ele mostrava a todo mundo, orgulhoso.
Lá, ele também teve mais tempo com meu irmão. Duas mentes brilhantes juntas. Quando esse vovô Toinho da Terra 3564 do multiverso tem uma ideia e liga para o meu irmão, o convidando a ir até a garagem cheia de ferramentas para porem em prática.
É uma saudade do que não aconteceu. Que a minha versão daquele cantinho do multiverso não sabe que eu tenho. Apesar da inveja, fico feliz por ela. Que bom que em algum lugar isso foi real.
